sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

EXPORTANDO CÉREBROS


Por Wagner Merije


De Belo Horizonte para qualquer outro belo horizonte do mundo. Há muito tempo Belo Horizonte virou uma cidade exportadora de talentos. A coisa funciona mais ou menos assim: todos aqueles que têm boas idéias, criatividade, iniciativa e força de vontade vão desenvolvendo seus projetos, estudando, se aperfeiçoando, buscando espaço e público para suas invenções. Eles/elas vão fazendo, batalhando, tentando...
Só que chega uma hora que a situação cai no ridículo, insustentável, na piração. Como? Santo de casa não faz milagre, né, falta apoio e o público simplesmente parece que não existe ou pelo menos não ajuda, não estimula os criadores.
Aí, quem é bom mesmo, quem tem fé e acredita nos seus ideais só encontra uma saída: ir embora buscar apoio, espaço e público em outra cidade, país, planeta. Já ouvi muita gente lá fora elogiando a qualidade do trabalho, a competência e a criatividade do mineiro. Diziam que Minas é “exportadora de cérebros”.
O tempo passa e em Belo Horizonte e Minas Gerais continuam a surgir novos talentos, cada vez mais apurados, sofisticados, universais. Muitos continuam indo embora, infelizmente, e quando eles se vão não só as opções culturais rareiam, como também a vida fica mais chata, uma pasmaceira, porque são pessoas belas, interessantes, raras, que nos deixam a ver navios (cadê o mar?), sem ter muito o que fazer ou com quem dividir nossa criatividade e inquietação.
Por essas e outras, precisamos transformar a realidade, fazer de nossa aldeia um lugar agradável, feliz, diversificado. Portanto, fique atento a esses nomes, apóie-os, prestigie-os: Marku Ribas, Laptropic, Digitaria, Clandestino, Manobra, A Outra Cidade, Vulgaris, Oscilloid, Makely Ka, Deco Lima, Black Sonora, David Benfica, Julia Ribas, Berimbrown, Alexandre Cardoso, Sérgio Pererê, Tambolelê, Munumucaia, Mamour Ba, Paco Pigalle, Noca Tourinho, Raquel Coutinho, UQ, NUC, Julgamento, SOS Periferia, Ragnarock, UDR, Estrume´n´tal, Macumba, Celso Moretti, Gardenais, DJ Yuga, DJ Bené Ramalho, DJ A Coisa, Elefante Groove, Somba, Cálix, Cartoon, Kiko Klaus, Vitor Santanna, Cataventoré, Tambor de Crioula, Erica, Omeriah, Coletivo Universal, Android, Trampulim, Caju e Totonho, VJ 1mpar, VJ Corisco, André Fossati (fotos), Jivago Noll (fotos), Pirata Zine, Poeira (vídeo), Teia (vídeo), Lapa Multshow, A Obra, Deputamadre, Baile da Saudade, Ziriguidum, Belas Artes Liberdade, Pop Rock Café, Cervejaria Official, Elite, Almanaque UAI, rádios comunitárias e por aí vai. (O samba é mesmo do crioulo doido!)
Muitos e muitos outros nomes e lugares poderiam estar aqui e talvez, se a memória ajudasse, nem caberiam neste espaço. Lembre-se deles, celebre-os, passe essa idéia para frente. O futuro começa agora!

PS.: Se quiser poesia, tente rimar com disritmia, patifaria, pancadaria, putaria, bulimia, azia...

WAGNER MERIJE nasceu em 1971 em BH. Jornalista, produtor e escritor, é membro do núcleo de produção musical Coletivo Universal.

Um comentário:

Laurene disse...

Oi, Júlio, meu irmão tá com uma banda chamada Dead Lover´s Twisted Hearts e ele se chama Vinícius de Morais. Já abriram em SP para o Vanguart! Ele tb tem o projeto Junkie Dogs.

Um outro amigo, Rodrigo, está com a Horta.
Vê se procura saber e dá uma força para essa moçada.

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