quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Carnet de Poesias

Criação

(Moto contínuo)

Da menor gota de sangue
Nasceu uma flor
Da menor existência de pólem
Nasceu um jardim
Da menor árvore vivente
Nasceu um fruto
Da menor semente existente
Nasceu o amor
Da menor partícula do amor
Nasceu o homem
Da menor vivência do homem
Nasceu a menor gota de sangue.

Paulo Leão
Seleção e organização de
Júlio Emílio da Silva Tentaterra
Instituto Cultural Manoel Alves
Contatos: (33) 3344-1380 (Iêda Moura)/tentaterra@gmail.com
Lajinha: Vertente Ocidental do Caparão: MG

Texto de Wir Caetano

A vida é fria, o inferno é mais

o que nos uniu não foi a grandeza nem a vilania. seu amontoado de dividas e minha pequena agenda de agiotas. uma putana doente e um jornalista decadente, e estariam aí os elementos de um drama que, ainda que gastos, saltariam da horizontalidade morna de todas as nossas cenas. mas não. uma putana de vida boa num momento difícil e um escriturário num fim de tarde. nem sempre é da ordem da moral a palavra baixaria. um dedo de prosa, uma polegada, no hotel porta do sol, não vi os cafetões; só porteiros. nosso caso: os mil dedos de prosa. nosso fim: sua voz à minha cabeceira de moribundo: paixão, paixão, quase cinza, quase branco.

a poesia, a diarréia e a morte



Texto do jornalista Wir Caetano publicado no livro “Morte Porca” de 2002 lançado pela Editora Selo Zero – BH.
+ Info.: selozero@hotmail.com

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