Lúcio Emílio Jr.*
"(...) Antitotalitarista, antipassadista, antiburocratista
Anti tudo que é pau ou que é pífio.
Saudemos Murilo
Perenemente em pânico
E em flor."
Texto de Manuel Bandeira sobre Murilo Mendes
Para lembrar Murilo, basta pensar em pianos & vovó com asas caindo no álbum de retratos. Nada mais que um Poema Barroco. Nada além de uma Idade do Serrote. Murilo, elogiado por Glauber, é poesia visual. Glauber era a visualidade poética. Imagens em movimento: Murilo deixou a poesia brasileira em pânico, desceu de Juiz de Fora para o Rio ver Nijinski. Do brejo carioca para as alturas da música de Mozart, Murilo começou o mundo nos seios de Jandira e terminou apocalipticamente na Itália de Pasolini, depois de ter tentado converter Lúcio Cardoso das Minas escuras e fundas de sua vida para o catolicismo sensual/surrealista dele & Ismael Nery. Igreja Mulher.
Murilo anti-Hitler protestou contra a anexação da Áustria. Como estamos precisando de Murilo agora, nesse tempo de Haider, Berlusconi, apagões. Murilo vivo no poema 1999, que me comoveu às lágrimas e me fez lembrar a Diamantina de JK, terra em transe. Murilorisada: há pagão porque há pagões? Em 1999, Murilo renasceu com sua poética da totalidade. 2001: Murilo sólido, Murilo pintado, Murilo escrito, muralha escrita, Murilo gasoso & líquido. E tenho dito.
Lúcio Emílio do Espírito Santo Jr. - mineiro de Belo Horizonte, radicado atualmente em Bom Despacho (MG) onde é professor de Filosofia e pós graduando em Literatura Brasileira na Unicamp – Campinas - SP
Um comentário:
Oi, Júlio, muitíssimo obrigado pela citação. Vc foi um professor de jornalismo para mim.
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